quinta-feira, 28 de julho de 2011

Para entender melhor a realidade europeia

http://static.guim.co.uk/interactivesaved/2011/7/28/1311869032091/836732/map1.swf

Pôr o dedo na ferida

O défice público é de uns 13 mil milhões de euros.
Os 25 mais ricos de Portugal aumentaram fortunas para 17,4 mil milhões (http://economia.publico.pt/Noticia/os-25-mais-ricos-de-portugal-aumentaram-fortunas-para-174-mil-milhoes_1505014).
Não deixa de ser curioso que 25 pessoas tenham mais do que o valor astronómico do valor do défice. Será que não se justifica nenhuma medida correctora no 1% superior? Até sobrava...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Talvez tenham razão

Uma grande parte da nossa elite considera que Portugal deve resolver os problemas relativos à dívida pelos seus próprios meios.

Considerando que
  • a democracia portuguesa determina que o estado deve garantir um mínimo de condições aos seus cidadãos, 
  • que moralmente é inaceitável que aqueles que menos têm tenham que ser sacrificados, porque o que têm já não lhes chega para o essencial, 
  • Portugal é dos países com um coeficiente Gini mais desigual,
e que Portugal, enquanto nação:
  • responsável,
  • que paga as suas dívidas,
  • que assume as sua responsabilidades,
reconhecendo que à sua elite corresponde o papel de liderança e participação activa na formação de uma sociedade mais justa e próspera para todos, sendo esta a mais lúcida na análise das razões de nos encontrarmos nesta situação, deverá ser esta mesma a dispor do seu excedente e seja este a ser tributado na quantidade que for necessária para o equilíbrio das contas públicas e consequente recuperação económica do País.

domingo, 24 de julho de 2011

Michael Hudson: Guns and Butter - The New Junk Economics: From Democracy to Neoliberal Oligarchy

Guns and Butter - The New Junk Economics: From Democracy to Neoliberal Oligarchy - February 10, 2010 at 1:00pm

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Foda-se

O orgulho ferido

Se o corte no rating da dívida portuguesa serviu para algo, foi para unir os portugueses.
Está a decorrer permanentemente uma reunião online de técnicos que estão a usar aquilo que aprenderam da escola da vida ou na universidade (nestas coisas é difícil dizer quem é que sabe mais), cujo fim é colocar o site da Moodys em baixo. Não é fácil porque a infraestrutura é gigantesca.
Veremos o resultado no Domingo às 15:00.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Será que a reacção do BCE em relação ao downgrade da dívida portuguesa é boa?

Na pratica significa que continuarão a disponibilizar aos bancos dinheiro tendo a dívida pública portuguesa como suporte.
Mas isto é bom? Para os bancos sim. Pedem emprestado a um e tal por cento e emprestam ao estado a 16 ou 17 por cento... não entendo como podem os responsáveis deste país ficar descansados... isto significa que no fim de 5 anos tem que se pagar mais do dobro, ao fim de 8 anos mais do triplo, ao fim de 10 anos mais do quadruplo, ao fim de 11 anos mais do quíntuplo, ao fim de 12 anos o sêxtuplo... e cada vez piora mais depressa. Ok, temos que deduzir a inflação que ocorra em cada ano. Suponhamos que é por ano é 3%, então a sequência passa a ser um pouco menos pior... Mas não deixa de ser incomportável.
Mesmo numa situação em que não podemos desvalorizar a moeda para assim, mesmo pagando o mesmo valor nominal se pague de facto menos, o Estado poderia aplicar um imposto a este lucro indevido evitando assim que fosse quem trabalha (empresas e trabalhadores) que pagasse este roubo.
Será que ainda alguém acredita que em recessão, desemprego a aumentar (e consequente aumento dos custos sociais pagos pelo Estado), Portugal vai conseguir cumprir com o Memorando da Troika?
Não seria melhor usar o dinheiro para simplesmente sair airosamente do euro em vez de confiar que as potências centrais alguma vez na vida olharão para a nossa situação? É que no mesmo dia em que ficamos reduzidos a lixo, ainda tiveram a delicadeza de aumentar a taxa de juro do euro... para que assim ainda nos contraíssemos mais...
Ou então, pelo contrário, sabem muito bem o que fazem e estão à espera que a cotação das empresas, praias, monumentos, estradas, terras baixem tanto que com meia dúzia de tostões se apoderem de Portugal.
Pensando bem, do ponto de vista de quem trabalha, qual é a diferença em que a empresa onde labora ser detida por nacionais ou estrangeiros? Qual a diferença em que o dono de uma herdade seja português ou estrangeiro?
Pensando bem, porque razão não se taxa a propriedade e a renda de forma a que se obtenha o necessário para levantar o país? E nesse caso, mesmo que uma parte fique para estrangeiros, o problema já estará a caminho de resolução.
Pensando bem, porque razão quem trabalha deve defender a propriedade dos que a usurparam se estes arranjaram forma de cada vez pagar menos impostos, de tal forma que agora o estado que deveria proteger a todos, está ser desmantelado devido à descapitalização que este foi submetido, dando como resultado um Estado que existirá para os que possam pagar enquanto para os outros restará a misericórdia de alguns que desta forma poderão acalmar a sua consciência?

Game of Thrones Violin Cover

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Agora ainda estou mais preocupado

Até há bem pouco tempo tinha uma esperança que eu estivesse a interpretar o que acontece de forma errada.
A reacção dos partidos do governo ao corte na qualificação da dívida portuguesa leva-me a pensar que pelo menos a nossa mainstream ainda não percebeu como é que isto funciona.
Sem entrar em teorias da conspiração, um sistema que é deixado livre, se não sofre nenhuma alteração significativa, uma vez e entrado em desequilibro seguirá no sentido de cada vez maior desequilibro, e por isso, uma vez a crise começa, têm que ser tomadas políticas de controle para o levar novamente ao equilíbrio.
Por isso, as opiniões manifestadas pelos nossos actuais governantes revelam uma infantilidade que torna perigoso que se mantenham onde estão.
Vendo bem as coisas, esta ingenuidade levará a que se torne mais evidente para a grande maioria da população que se torna necessário soluções muito mais radicais e se acelere ainda mais a cadência da história.