Penso que a resposta poderá estar na recuperação de uma exigência que a sociedade parece já ter esquecido: o pleno emprego. Numa situação em que tanta gente está desempregada, subempregada ou estando empregada continua na miséria, a exigência do Estado como empregador de último recurso numa actividade socialmente necessária e justamente paga deverá certamente ser mobilizador de vontades da imensa parte da população e constituir talvez a principal razão para unir esforços em redor de uma alternativa à austeridade sem fim à vista.
Mas o que é "empregador de último recurso"? Da mesma forma que em caso de falência de um banco o estado é o garante dos depósitos até determinada quantia, também o Estado deveria ser o garante de que cada um tem a possibilidade de trabalhar para dessa forma poder pagar um nível de vida digno para si e para os seus.
O custo desta medida é também descomunal. Implicaria a possibilidade de emitir moeda ou aumentar a dívida. Implicaria a imposição de barreiras aduaneiras aos produtos e serviços que seriam produzidos segundo este modelo. Se alguns países da UE podem levantar barreiras à circulação de pessoas por motivos de segurança nacional, porque razão não haveremos nós impor barreiras à circulação de produtos que causam a nossa miséria?
A Segurança Social fica equilibrada, a economia em vez de decrescer começa a crescer e será o motor de arranque do país.
Uma nota adicional. Isto que estou a descrever, ao contrário das experiências de laboratório a que estamos a ser sujeitos actualmente já foi levado a cabo. Quem o fez não foi nenhum revolucionário marxista, nalguma democracia popular, não foi Lenin na antiga URSS. Isto foi feito por Franklin Roosvelt após a recessão de 1929. Este senhor ganhou as eleições nos EUA afirmando que se fosse eleito iria taxar a parte de cima da sociedade no que fosse necessário para a recuperação do seu país. E foi eleito. Por 4 vezes seguidas. Que estamos à espera?
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