Todo o livro assenta numa ideia: que sem liberdade económica as restantes liberdades (política e social) não existirão. E a partir desta ideia é desenvolvido todo um sistema que em aparência é consistente.
Acontece que, como sabemos, pode haver liberdade económica (no sentido em que quem tem dinheiro pode comprar o que quiser), mas isso não implica que as liberdades políticas e sociais serão um dado adquirido. Vejamos... Por um lado, casos há em que a liberdade económica (de uma minoria) é conseguida à custa das restantes (Chile ou China) e por outro, como é o caso da nossa actualidade, as liberdades existem só para uma minoria que as pode comprar, ficando a larga maioria da população excluída dessa possibilidade logo à nascença.
Só pode defender o texto quem já nasça bafejado pela riqueza. Os restantes, por ignorância e principalmente por ideologia, que é bombardeada diariamente, aceitam passivamente o discurso de quem é beneficiado na esperança de um dia ter sorte e conseguir lá chegar, pois é dito que para ingressar a esse grupo selecto basta trabalhar arduamente e ser o mais competitivo. Não é dito que quem parte com vantagem, numa situação em que é colocado em competição, terá sempre maior probabilidade de ganhar. E estatisticamente é o que acontece.
Trata-se pois de uma monumental falácia.
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