quarta-feira, 7 de março de 2012

Movimento Sem Emprego

Reuniu-se em plenário, na passada 5ªfeira, algumas dezenas de desempregados.
Trata-se de uma mistura de pessoas das mais diversas proveniências, mas todos muito combativos: desde bloquistas e ex-bloquistas, comunistas e ex-comunistas, MRPPs e ex-MRPPs, independentes de esquerda, sendo que todos têm em comum perceber a realidade desde aquele ponto de vista radical em que a intermitência entre o desemprego, o sub-emprego e a precariedade os foi relegando.
Contaram-se experiências pessoais de uma vida de sacrifício: o jovem que começou a trabalhar desde criança e que agora frequenta a universidade, o ficou desempregado da siderurgia e que tem se sente magoado por os sindicatos não o terem apoiado e pelo contrário aconselharam-no a aceitar o acordo que recusou, a jornalista que nem consegue trabalho nem consegue continuar os estudos, a jovem arquitecta que para exercer a sua profissão tem que pagar para trabalhar, o jovem que decidiu recusar qualquer trabalho com precariedade e prefere o sacrifício pessoal que isso implica, o engenheiro que decidiu não trabalhar mais em callcenters...
Falou-se em bloqueio de estradas, de greves, de manifestações.
Elegeu-se um conjunto de pessoas com funções indeterminadas.
Decidiu-se participar com representação própria na manifestação de dia 22.
Foi decidido uma acção num Centro de Emprego de Lisboa em celebração do Dia Mundial do Desempregado.
Pessoalmente não me pareceu boa ideia ler um texto que tinha escrito e optei por o dar a ler a várias pessoas. A audiência não tem ainda uma leitura clara do que é a sua vida, e por isso não estava apta para decidir o que queria alcançar, nem como o alcançar.
Formou-se um grupo no Facebook onde se vai debatendo a realidade como cada um a vê.
Apareceu uma página em construção.

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