O PCP+BE são uns irresponsáveis por não considerarem a hipótese de entendimento com o PS.
O PSD é um irresponsável por não considerar a hipótese de entendimento com o PS.
O PS é responsável pela preferência que vai manifestando.
Nesta situação, é clarificadora das opções do PS.
Poderia acenar à esquerda, mas não o faz.
Em vez disso, acena ao PSD. E desta forma cai a máscara que por vezes apresenta: já que a esquerda não se quer entender com o PS, este terá de o fazer com a direita. Pergunto-me se, no fundo, será esta a solução que sempre tem preconizado e que muitos dos seus membros têm engolido, como justificação das políticas que têm adoptado.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
domingo, 24 de abril de 2011
sábado, 23 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Aterrador
Nesta tabela não aparece a situação pré-2007 e não mostra em que foi gasto o dinheiro.
Erradamente, socializaram-se as gigantescas perdas sem contrapartidas, o que levaram a que os estados ficassem nesta situação contraindo dívidas precisamente com aqueles que causaram estas perdas e que não sabiam o que fazer com tremenda quantidade de dinheiro.
Agora pretende-se que aqueles que sempre pagam se contraiam ainda mais. Esta situação é insustentável.
Poder-se ia simplesmente eliminar as dívidas... afinal tratava-se de ir responsabilizar quem cometeu este crime legal.
Isso não será feito: o poder político está nas mãos de quem causou esta catástrofe.
Agora segue a compressão dos debaixo até ao limite na ânsia de devolver a quem emprestou aquilo que não lhe pertence.
Haverão certamente grandes convulsões sociais.
No fim, como em casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão, resolver-se-á com a guerra, o que eliminará muita gente, muitas dívidas, criará muito trabalho, seja a fazer armamento ou a combater, e no fim, quem ficar, se ficar alguém, estará tão cansado das atrocidades que arranjará uma forma de vida mais equilibrada de forma que todos tenham o possível para sobreviver.
Poder-se-á começar de novo, inicialmente numa sociedade mais igualitária o que permitirá recomeçar a acumulação assimétrica.
Será que nunca mais aprendemos?
terça-feira, 19 de abril de 2011
Excelente comentário
Porque o mercado são bites e rácios de frio cálculo cibernético e que a fome tem alma, hálito e voz....
Albino Gonçalves da Costa
Comentário da Petição A Relevância das Agências de Rating e o Risco de Abuso de Posição Dominante
Albino Gonçalves da Costa
Comentário da Petição A Relevância das Agências de Rating e o Risco de Abuso de Posição Dominante
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O problema de fundo que estamos a enfrentar
O problema de fundo que estamos a enfrentar é, na minha opinião, que este planeta tem limites físicos. O crescimento exponencial da população, da poluição, do uso do petróleo, do uso da área cultivável, das pescas, recursos minerais e tantas outras coisas estão a chegar ao seu limite se uso. Este crescimento exponencial trouxe consigo também uma taxa de crescimento de lucros exponencial, que foi progressivamente incrementada devido ao aumento de produtividade com o aparecimento dos computadores e afins e com um aumento da quantidade sempre crescente de pessoas que procuram trabalho a preços cada vez mais baixos. Com a escassez de trabalho, e consequente diminuição de remuneração, quem tem trabalho tem tendência a trabalhar mais para compensar a diminuição do salário o que faz com que ainda fique menos trabalho disponível para os restantes. Assim, na minha opinião, o problema só se resolve com uma correcta redistribuição da riqueza gerada pela sociedade e distribuir a quantidade de trabalho existente de forma mais equitativa, mas com igual salário, situação que só se resolve com uma distribuição dos lucros por quem trabalha à custa do investidor. Mas para que isto possa ser feito, terá que se abolir a possibilidade de investimentos em papeis que não estejam ligados à economia real, acabando assim com a especulação. Sei que isto soa a lirismo, a um discurso completamente desligado da realidade. Mas, como digo, ou isso se faz, ou as consequências serão muito, mas muito piores. Não falo só de problemas financeiros. Quando os recursos não chegam para que todos sobrevivam como pretendem, uma parte deles terá que morrer. A humanidade só sabe fazer isso com guerra ou com genocídios. Portanto, seria bom que não chegássemos a esse ponto.
Convergência nacional em torno do emprego e da coesão social
Este documento virou petição, que pode ser assinada aqui
Num momento dramático como o que vivemos, a sociedade portuguesa precisa de debate e de convergências democráticas. Precisa também de reconhecer que a crise do liberalismo económico, de que a acção dos programas patrocinados pelo FMI tem sido uma expressão, obriga a reavaliar opiniões e prioridades e a construir soluções novas, assentes em ideias e escolhas claras e num programa explícito, sabendo que na democracia nunca há a inevitabilidade de uma escolha única, porque a democracia procura as melhores soluções da forma mais exigente.
É indiscutível que o estado das finanças públicas, que é em grande medida o resultado da profunda crise económica, exige um conhecimento e avaliação exigentes de todos os compromissos públicos. E que se torna urgente identificar a despesa pública desnecessária, supérflua e geradora de injustiças sociais, distinguindo-a da que é indispensável, colmata problemas sociais graves e qualifica o país.É também útil que se reconheça a importância do trabalho, dos salários e dos apoios sociais na sociedade portuguesa, se admita a presença de carências profundas, sob a forma de pobreza e de desigualdades crescentes, e se considere que os progressos alcançados na nossa sociedade são o resultado da presença de mecanismos de negociação colectiva e de solidariedade cujo desmantelamento pode significar uma regressão socioeconómica que debilitará o país por muito tempo.
Qualquer solução para os nossos problemas tem de partir de uma constatação realista: até agora as intervenções externas foram a expressão de uma União Europeia incapaz de perceber que a alternativa à solidariedade, traduzida em cooperação económica e integração sem condicionalidade recessiva, é o enfraquecimento das periferias sob pressão da especulação e de cúmplices agências de notação. A zona euro paga o preço de não ter mecanismos decentes para travar a especulação em torno da dívida soberana e para promover políticas de investimento produtivo que permitam superar a crise. As periferias pagam o preço da sua desunião política, única forma de colocar o centro europeu, principal responsável por este arranjo, perante as suas responsabilidades.
No momento em que se vão iniciar negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE, sabe-se que a austeridade provoca recessão económica e gera fracturas profundas, de que o desemprego elevado é a melhor expressão. As experiências grega e irlandesa exigem uma revisão das condições associadas aos mecanismos de financiamento em vigor. De facto, devido à austeridade intensa dos últimos dois anos, a economia irlandesa contraiu-se mais de 11% e a recessão grega atingiu 6,5% só entre o último trimestre de 2009 e o último de 2010. O desemprego ultrapassa já os 13% nestes dois países. A este ritmo, e apesar dos cortes orçamentais intensos, nenhum deles conseguirá reduzir a sua dívida. Isso só acontecerá com crescimento económico e com uma noção clara de que não é nos salários e no trabalho, mas antes na escassa inovação e na fraqueza organizacional de grande parte das empresas portuguesas, que residem os problemas de competitividade. Portugal não pode ser um laboratório para repetir as mesmas experiências fracassadas, e corremos o risco de uma recessão ainda mais prolongada, se tomarmos em consideração as previsões do próprio FMI.
Por tudo isto, considera-se necessário um apelo a um compromisso sob a forma de um programa de salvaguarda da coesão social em Portugal, de manutenção e reforço das capacidades produtivas do país para gerar emprego, com atenção às pessoas, evitando sacrifícios desnecessários. Os pontos essenciais de tal compromisso são os seguintes:
1. Garantir que em todas as decisões económicas e financeiras se coloca o objectivo de promoção exigente do crescimento e do emprego, reconhecendo que a sociedade portuguesa não comporta níveis de desemprego que outras sociedades registam, dada a fragilidade da estrutura de rendimentos e a insuficiência dos mecanismos de protecção social. A presença, já sugerida, da OIT nas negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE seria um sinal construtivo muito importante, colocando a questão do trabalho digno.
2. Desencadear um escrutínio rigoroso da despesa pública, auditando a dívida do país, sobretudo a externa, identificando com rigor as necessidades reais e os desperdícios da administração pública e salientando a necessidade de concentrar os recursos na esfera essencial das políticas públicas que combatem a exclusão social e a desigualdade, qualificam as pessoas e promovem a actividade produtiva, a competitividade e o crescimento da economia.
3. Afirmar que a educação, a saúde e a segurança social, bem como outros bens públicos essenciais como os correios, não podem ser objecto de privatização, fazendo da lógica lucrativa um mecanismo de regulação nestes domínios, visto que tal solução seria cara e insustentável financeiramente, levaria à exclusão de muitos e generalizaria injustiças sociais e regionais.
4. Recusar qualquer diminuição do papel do Estado no sector financeiro, sublinhando que a Caixa Geral de Depósitos deve permanecer integralmente pública e com uma missão renovada e que a regulação do sector terá mesmo de ser reforçada para evitar novos abusos.
Os signatários entendem que um compromisso deste tipo viabiliza as acções necessárias ao momento presente, capacita a sociedade para enfrentar positivamente as dificuldades e tem como objectivo tornar claro que, em circunstâncias graves, há direitos associados à dignidade do trabalho, ao respeito pelas pessoas e à garantia da coesão social que não podem ser postos em causa, sob pena de fragilizar gravemente o país e de eliminar qualquer capacidade própria de superar a situação dramática em que nos encontramos.
Este documento virou petição, que pode ser assinada aqui.
Num momento dramático como o que vivemos, a sociedade portuguesa precisa de debate e de convergências democráticas. Precisa também de reconhecer que a crise do liberalismo económico, de que a acção dos programas patrocinados pelo FMI tem sido uma expressão, obriga a reavaliar opiniões e prioridades e a construir soluções novas, assentes em ideias e escolhas claras e num programa explícito, sabendo que na democracia nunca há a inevitabilidade de uma escolha única, porque a democracia procura as melhores soluções da forma mais exigente.
É indiscutível que o estado das finanças públicas, que é em grande medida o resultado da profunda crise económica, exige um conhecimento e avaliação exigentes de todos os compromissos públicos. E que se torna urgente identificar a despesa pública desnecessária, supérflua e geradora de injustiças sociais, distinguindo-a da que é indispensável, colmata problemas sociais graves e qualifica o país.É também útil que se reconheça a importância do trabalho, dos salários e dos apoios sociais na sociedade portuguesa, se admita a presença de carências profundas, sob a forma de pobreza e de desigualdades crescentes, e se considere que os progressos alcançados na nossa sociedade são o resultado da presença de mecanismos de negociação colectiva e de solidariedade cujo desmantelamento pode significar uma regressão socioeconómica que debilitará o país por muito tempo.
Qualquer solução para os nossos problemas tem de partir de uma constatação realista: até agora as intervenções externas foram a expressão de uma União Europeia incapaz de perceber que a alternativa à solidariedade, traduzida em cooperação económica e integração sem condicionalidade recessiva, é o enfraquecimento das periferias sob pressão da especulação e de cúmplices agências de notação. A zona euro paga o preço de não ter mecanismos decentes para travar a especulação em torno da dívida soberana e para promover políticas de investimento produtivo que permitam superar a crise. As periferias pagam o preço da sua desunião política, única forma de colocar o centro europeu, principal responsável por este arranjo, perante as suas responsabilidades.
No momento em que se vão iniciar negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE, sabe-se que a austeridade provoca recessão económica e gera fracturas profundas, de que o desemprego elevado é a melhor expressão. As experiências grega e irlandesa exigem uma revisão das condições associadas aos mecanismos de financiamento em vigor. De facto, devido à austeridade intensa dos últimos dois anos, a economia irlandesa contraiu-se mais de 11% e a recessão grega atingiu 6,5% só entre o último trimestre de 2009 e o último de 2010. O desemprego ultrapassa já os 13% nestes dois países. A este ritmo, e apesar dos cortes orçamentais intensos, nenhum deles conseguirá reduzir a sua dívida. Isso só acontecerá com crescimento económico e com uma noção clara de que não é nos salários e no trabalho, mas antes na escassa inovação e na fraqueza organizacional de grande parte das empresas portuguesas, que residem os problemas de competitividade. Portugal não pode ser um laboratório para repetir as mesmas experiências fracassadas, e corremos o risco de uma recessão ainda mais prolongada, se tomarmos em consideração as previsões do próprio FMI.
Por tudo isto, considera-se necessário um apelo a um compromisso sob a forma de um programa de salvaguarda da coesão social em Portugal, de manutenção e reforço das capacidades produtivas do país para gerar emprego, com atenção às pessoas, evitando sacrifícios desnecessários. Os pontos essenciais de tal compromisso são os seguintes:
1. Garantir que em todas as decisões económicas e financeiras se coloca o objectivo de promoção exigente do crescimento e do emprego, reconhecendo que a sociedade portuguesa não comporta níveis de desemprego que outras sociedades registam, dada a fragilidade da estrutura de rendimentos e a insuficiência dos mecanismos de protecção social. A presença, já sugerida, da OIT nas negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE seria um sinal construtivo muito importante, colocando a questão do trabalho digno.
2. Desencadear um escrutínio rigoroso da despesa pública, auditando a dívida do país, sobretudo a externa, identificando com rigor as necessidades reais e os desperdícios da administração pública e salientando a necessidade de concentrar os recursos na esfera essencial das políticas públicas que combatem a exclusão social e a desigualdade, qualificam as pessoas e promovem a actividade produtiva, a competitividade e o crescimento da economia.
3. Afirmar que a educação, a saúde e a segurança social, bem como outros bens públicos essenciais como os correios, não podem ser objecto de privatização, fazendo da lógica lucrativa um mecanismo de regulação nestes domínios, visto que tal solução seria cara e insustentável financeiramente, levaria à exclusão de muitos e generalizaria injustiças sociais e regionais.
4. Recusar qualquer diminuição do papel do Estado no sector financeiro, sublinhando que a Caixa Geral de Depósitos deve permanecer integralmente pública e com uma missão renovada e que a regulação do sector terá mesmo de ser reforçada para evitar novos abusos.
Os signatários entendem que um compromisso deste tipo viabiliza as acções necessárias ao momento presente, capacita a sociedade para enfrentar positivamente as dificuldades e tem como objectivo tornar claro que, em circunstâncias graves, há direitos associados à dignidade do trabalho, ao respeito pelas pessoas e à garantia da coesão social que não podem ser postos em causa, sob pena de fragilizar gravemente o país e de eliminar qualquer capacidade própria de superar a situação dramática em que nos encontramos.
Este documento virou petição, que pode ser assinada aqui.
domingo, 17 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
The Robin Hood Tax: We can choose another way
quarta-feira, 13 de abril de 2011
A importância de um projecto planeado com antecedência
Vê-se que no PS o trabalho é planeado com antecipação.
O que se mostra nesta imagem é o que se obtém ao procurar na Internet informação sobre o site socrates2011.com. Observe-se a data em que foi comprado este domínio:
24 de Fevereiro de 2011.
(para se confirmar esta informação, ir www.whois.com, em Enter Domain Name preencher «socrates2011», seleccionar a opção com, clicar em Search Now, abaixo aparece uma caixa que diz Choose from the following Domain Names, clicar em whois, aparece outra janela em que se deve preencher com o número que aparece e clicar em search; pode-se em vez disso clicar aqui, preencher o número e clicar em search)
terça-feira, 12 de abril de 2011
Petição: A Relevância das Agências de Rating e o Risco de Abuso de Posição Dominante
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Queixa apresentada na ERC
Apresentei uma queixa na ERC contra a SIC, Jornal da Noite e Primeiro Jornal, por considerar que está em causa o Rigor Informativo, concretamente, no Jornal da Noite de 2011-04-05 e no Primeiro Jornal de 2011-04-11.
O teor da queixa é o que se segue.
Conforme se pode confirmar aos 7:08 minutos de
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Jornal+da+Noite/2011/4/edicao-de-05-04-2011-1-parte-aperto-financeiro-do-pais-com-juros-a-subir-e-ratinga-descer05-04-2011.htm
e aos 0:24 de
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/Primeiro+Jornal/2011/4/edicao-de-11-04-2011-1-parte-equipa-do-fmi-e-ue-chega-amanha-nobre-na-lista-dopsd11-04-2011-154734.htm
No primeiro caso é usado o termo "os economistas" (que significa "todos os economistas") e no segundo caso é usado o termo "todos os
especialistas".
Desta forma afirma-se claramente algo que é falso: que existe unanimidade da parte de toda uma classe de profissionais sobre um assunto técnico, quando na verdade tal não se verifica.
Os telejornais em questão são estes.
Podemos ficar descansados
Com a chegada do FMI vamos felizmente pagar as dívidas que tínhamos (perdão, que ainda temos... tenho ter calma, já tudo vai ficar resolvido) com os bancos alemães e franceses.
Eu nem conseguia dormir descansado com tamanha responsabilidade que estava a ver que não íamos conseguir respeitar.
Vamos todos trabalhar com muito juízo, pois, porque vai haver trabalho para todos, agora que finalmente chega o FMI.
Vai acabar toda essa preguiça que o nosso povo sofre, que está convencido de que a escola dos filhos não custa nada, que a sua saúde não custa nada, que têm, imagine-se direito a férias pagas, vão finalmente poder ter um salário condigno com aquilo que se pode pagar... todas essas coisas que lhes tinham metido na cabeça, pobres coitados.
Vai ser finalmente possível vender a um preço aceitável todas aquelas empresas do estado que até dão lucro, que horror, como é que mantém uma coisa dessas em mãos públicas; felizmente estão agora cotizadas com um preço que qualquer um lhes pode chegar.
E as empresas que neste momento não tenham lucro, pois ou se aumentam as tarifas dos serviços e então sim, vendem-se, ou então como não fazem sentido, que se extingam.
Todo esse dinheiro que se conseguirá com a venda das empresas poderá ser usado para pagar ao FMI, pois as dívidas são para pagar.
Com a desejável diminuição dos custos de mão de obra poderá ser usado para por o país a produzir lucro, e como não vão ganhar muito, aceitarão agradecidos tudo o que lhes for oferecido, independentemente das condições.
Cada um saberá qual é o seu lugar...
Ah! Penso que o país terá finalmente paz.
Eu nem conseguia dormir descansado com tamanha responsabilidade que estava a ver que não íamos conseguir respeitar.
Vamos todos trabalhar com muito juízo, pois, porque vai haver trabalho para todos, agora que finalmente chega o FMI.
Vai acabar toda essa preguiça que o nosso povo sofre, que está convencido de que a escola dos filhos não custa nada, que a sua saúde não custa nada, que têm, imagine-se direito a férias pagas, vão finalmente poder ter um salário condigno com aquilo que se pode pagar... todas essas coisas que lhes tinham metido na cabeça, pobres coitados.
Vai ser finalmente possível vender a um preço aceitável todas aquelas empresas do estado que até dão lucro, que horror, como é que mantém uma coisa dessas em mãos públicas; felizmente estão agora cotizadas com um preço que qualquer um lhes pode chegar.
E as empresas que neste momento não tenham lucro, pois ou se aumentam as tarifas dos serviços e então sim, vendem-se, ou então como não fazem sentido, que se extingam.
Todo esse dinheiro que se conseguirá com a venda das empresas poderá ser usado para pagar ao FMI, pois as dívidas são para pagar.
Com a desejável diminuição dos custos de mão de obra poderá ser usado para por o país a produzir lucro, e como não vão ganhar muito, aceitarão agradecidos tudo o que lhes for oferecido, independentemente das condições.
Cada um saberá qual é o seu lugar...
Ah! Penso que o país terá finalmente paz.
domingo, 10 de abril de 2011
Entendendo o «The Economist»
É curiosa a análise que faz o The Economist (ver aqui, aqui, aqui e aqui) deste nosso mundo.
Por um lado, a quando fala sobre os PIGS, obviamente as dívidas são para pagar. Como é evidente que não será possível o pagamento integral desta dívida. Com uma taxa de crescimento inferior à taxa de juro, mesmo descontando a inflação, e graças à magia do juro composto, mesmo com muito esforço daqueles que pagam impostos, rapidamente chegará ao volume máximo possível pagar. Claro que nem se coloca a hipótese de um sistema de impostos muito mais progressivo e nem falar fazer com que as grandes empresas não produtivas paguem impostos da forma que as outras o fazem. O importante é garantir que na maior brevidade possível se recupere o máximo possível do dinheiro investido, sendo óbvio que tem que vir com o lucro determinado pelo psuedo-mercado (sim porque quando este é determinado por classificações de entidades que pertencem a credores, não se pode duvidar nem por um instante como irão actuar). Com este austeritarismo está claramente posta de parte a possibilidade de crescimento e consequente pagamento das dívidas na totalidade. Obviamente, o objectivo não é o pagamento das dívidas, mas o saque de tudo o que for possível por meio da compra de empresas a baixíssimo preço (novamente, determinadas pelas mesmas agências de rating) e imposição de portagens a tudo o que for possível. Afinal, estas rendas possibilitam uma margem maior do que o próprio lucro da dívida.
Trata-se portanto de uma luta em função do dinheiro.
Por outro, quando se fala sobre as crises dos países árabes, estas são devidas a problemas de falta de liberdade e democracia.
Trata-se portanto de uma luta de poder.
Porque não ver as coisas ao contrário?
Será que nos PIGS a luta é pelo poder?
Será que nos países árabes a luta em função do dinheiro? Afinal, também aqui se encontram populações que não conseguem o essencial para a sua subsistência.
Pessoalmente, tanto nos PIGS como nos países árabes, vejo antes como uma luta pela possibilidade de fazer a distribuição do lucro, de ficar com uma maior parte deste.
Se nos países árabes fosse quem trabalha a distribuir o lucro gerado, certamente o petróleo já há muito teria possibilitado o desenvolvimento da sociedade e aquilo que assistimos nunca teria acontecido.
Se nos PIGS, a distribuição do lucro gerado pelas empresas produtivas fosse realizado por quem trabalha, certamente o sistemas produtivo (agricultura e indústria) não teria sido dizimado aquando da entrada na CEE, não teriam existido quaisquer deslocalizações, existiria muito menos desemprego (afinal, quem trabalha dá mais importância a manter o seu trabalho do que ao lucro), o estado social não teria entrado em colapso, pois quem trabalha nunca consideraria possível a desorçamentação que existe porque isso implicaria uma perda pessoal. Teríamos portanto maior produtividade, mais pagamento de impostos, seriamos muito mais auto-suficientes e não teríamos o problema que temos agora.
Por um lado, a quando fala sobre os PIGS, obviamente as dívidas são para pagar. Como é evidente que não será possível o pagamento integral desta dívida. Com uma taxa de crescimento inferior à taxa de juro, mesmo descontando a inflação, e graças à magia do juro composto, mesmo com muito esforço daqueles que pagam impostos, rapidamente chegará ao volume máximo possível pagar. Claro que nem se coloca a hipótese de um sistema de impostos muito mais progressivo e nem falar fazer com que as grandes empresas não produtivas paguem impostos da forma que as outras o fazem. O importante é garantir que na maior brevidade possível se recupere o máximo possível do dinheiro investido, sendo óbvio que tem que vir com o lucro determinado pelo psuedo-mercado (sim porque quando este é determinado por classificações de entidades que pertencem a credores, não se pode duvidar nem por um instante como irão actuar). Com este austeritarismo está claramente posta de parte a possibilidade de crescimento e consequente pagamento das dívidas na totalidade. Obviamente, o objectivo não é o pagamento das dívidas, mas o saque de tudo o que for possível por meio da compra de empresas a baixíssimo preço (novamente, determinadas pelas mesmas agências de rating) e imposição de portagens a tudo o que for possível. Afinal, estas rendas possibilitam uma margem maior do que o próprio lucro da dívida.
Trata-se portanto de uma luta em função do dinheiro.
Por outro, quando se fala sobre as crises dos países árabes, estas são devidas a problemas de falta de liberdade e democracia.
Trata-se portanto de uma luta de poder.
Porque não ver as coisas ao contrário?
Será que nos PIGS a luta é pelo poder?
Será que nos países árabes a luta em função do dinheiro? Afinal, também aqui se encontram populações que não conseguem o essencial para a sua subsistência.
Pessoalmente, tanto nos PIGS como nos países árabes, vejo antes como uma luta pela possibilidade de fazer a distribuição do lucro, de ficar com uma maior parte deste.
Se nos países árabes fosse quem trabalha a distribuir o lucro gerado, certamente o petróleo já há muito teria possibilitado o desenvolvimento da sociedade e aquilo que assistimos nunca teria acontecido.
Se nos PIGS, a distribuição do lucro gerado pelas empresas produtivas fosse realizado por quem trabalha, certamente o sistemas produtivo (agricultura e indústria) não teria sido dizimado aquando da entrada na CEE, não teriam existido quaisquer deslocalizações, existiria muito menos desemprego (afinal, quem trabalha dá mais importância a manter o seu trabalho do que ao lucro), o estado social não teria entrado em colapso, pois quem trabalha nunca consideraria possível a desorçamentação que existe porque isso implicaria uma perda pessoal. Teríamos portanto maior produtividade, mais pagamento de impostos, seriamos muito mais auto-suficientes e não teríamos o problema que temos agora.
sábado, 9 de abril de 2011
Para memória futura II
O original está aqui
Pelo menos haverá decencia
Recordando que na Europa quem chefia o FMI é o António Borges, no caso de o PSD ganhar as eleições, pelo menos o saque será feito entre amigos, o que é uma coisa óptima.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
The Daily Show with Jon Stewart - I Give Up!
Proposta de negócio
Estamos no mundo da fé: uns acreditam que sim e outros que não.
A única certeza é a cadencia (1 país mais ou menos cada 6 meses) e a ordem que estava enunciada: Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, depois já não me lembro se era Bélgica ou Itália...
Como a moda é apostar na desgraça dos outros (parece que houve muito boa gente que se encheu desta forma), eu aposto que sim, que a coisa ainda não parou e que o próximo a cair é a Espanha. Não tenho é dinheiro para isso, mas estou convencido que se apresentar um plano de negócios bem feito, com um nome apelativo, consigo colocar no mercado um fundo para esse efeito.
Aceitam-se parceiros para este negócio.
A única certeza é a cadencia (1 país mais ou menos cada 6 meses) e a ordem que estava enunciada: Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, depois já não me lembro se era Bélgica ou Itália...
Como a moda é apostar na desgraça dos outros (parece que houve muito boa gente que se encheu desta forma), eu aposto que sim, que a coisa ainda não parou e que o próximo a cair é a Espanha. Não tenho é dinheiro para isso, mas estou convencido que se apresentar um plano de negócios bem feito, com um nome apelativo, consigo colocar no mercado um fundo para esse efeito.
Aceitam-se parceiros para este negócio.
Crimes económicos contra a humanidade
Crimes económicos contra a humanidade
por Lourdes Beneria [*] e
Carmen Sarasua [**]
De acordo com o Tribunal Penal Internacional, crime contra a humanidade é "qualquer acto que cause grave sofrimento ou atente contra a saúde mental ou física de quem o sofre, cometido como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra uma população civil". Desde a Segunda Guerra Mundial que nos familiarizamos com este conceito e com a ideia de que, não importa qual foi a sua dimensão, é possível e obrigatório investigar esses crimes e fazer pagar os culpados.
Situações como as que geraram a crise económica levaram a que se comece a falar de crimes económicos contra a humanidade. O conceito não é novo. Já em 1950 o economista neoclássico e prémio Nobel Gary Becker apresentou a "teoria do crime" ao nível microeconómico. A probabilidade de que um indivíduo cometa um crime depende, para Becker, do risco assumido, do espólio potencial e da possível punição. A nível macroeconómico, o conceito foi usado em discussões sobre as políticas de ajuste estrutural promovidas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, durante os anos oitenta e noventa, que tiveram gravíssimos custos sociais para as populações na África, América Latina, Ásia (durante a crise asiática de 1997-98) e Europa de Leste. Muitos analistas apontaram estes organismos, as políticas que patrocinaram e os economistas que as conceberam como responsáveis, especialmente o FMI, que foi muito criticado após a crise asiática.
Hoje são os países ocidentais, os que sofrem os custos sociais da crise financeira e de emprego, e dos planos de austeridade que supostamente estão contra ela. A perda dos direitos fundamentais, tais como habitação, emprego e o sofrimento de milhões de famílias que vêem em perigo a sua sobrevivência, são exemplos dos custos assustadores desta crise. Famílias que vivem na pobreza estão crescendo sem parar. Mas quem são os responsáveis? Os mercados, lemos e ouvimos todos os dias.
Num artigo publicado na Business Week em 20 de Março de 2009 sob o título "Crimes económicos da Wall Street contra a humanidade ", Shoshana Zuboff, ex-professor da Harvard Business School, argumenta que o facto de os responsáveis pela crise negarem as consequências das suas acções demonstra "a banalidade do mal" e o "narcisismo institucionalizado" nas nossas sociedades. É uma demonstração da falta de responsabilidade e de "distanciamento emocional" dos que acumularam somas milionárias e agora negam qualquer ligação com o dano provocado. Culpar apenas o sistema não é aceitável, argumentava Zuboff, tal como não teria sido acusar dos crimes nazis apenas as ideias, e não quem os cometeu.
QUEM SÃO "OS MERCADOS"?
Culpar o mercado é realmente permanecer na superfície do problema. Há responsáveis e são pessoas e instituições concretas: são aqueles que defenderam a liberalização selvagem dos mercados financeiros; são os executivos e empresas que beneficiaram com os excessos do mercado durante o "boom" financeiro; os que permitiram as suas práticas e os que lhes permitem agora poderem ficar livres e fortalecidos, com mais dinheiro público, a troco de nada. Empresas como a Lehman Brothers e Goldman Sachs, que permitiram a proliferação de créditos lixo, auditoras que supostamente garantiam as contas das empresas, e gente como Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal norte-americana durante os governos Clinton e Bush, opositor radical da regulação dos mercados financeiros.
A Comissão do Congresso dos EUA sobre as origens da crise tem sido esclarecedora a tal respeito. Criada pelo presidente Obama em 2009 para investigar as acções ilegais ou criminosas da indústria financeira, entrevistou mais de 700 especialistas. O seu relatório, divulgado em Janeiro passado, concluiu que a crise poderia ter sido evitada. Assinala falhas no sistema de regulação e supervisão financeira do governo e das empresas, nas práticas contabilísticas e de auditoria e na transparência nos negócios. A Comissão investigou o papel directo de alguns gigantes da Wall Street no desastre financeiro, por exemplo, no mercado de subprimes, e o das agências responsáveis pela classificação de títulos. É importante compreender os diferentes graus de responsabilidade de cada actor deste drama, mas não é admissível o sentimento de impunidade sem "responsáveis".
Quanto às vítimas de crimes económicos, em Espanha 20% do desemprego desde há mais de dois anos significa um enorme custo humano e económico. Milhares de famílias sofrem as consequências de terem acreditado que os salários pagariam hipotecas milionárias: 90 mil execuções hipotecárias em 2009 e 180 mil em 2010. Nos EUA, a taxa de desemprego é metade da espanhola, mas corresponde a cerca de 26 milhões de desempregados, o que significa um tremendo aumento da pobreza num dos países mais ricos do mundo. De acordo com a Comissão sobre Crise Financeira, mais de quatro milhões de famílias perderam as suas casas, e 4,5 milhões estão em processo de despejo. Onze mil milhões de dólares de "riqueza familiar" "desapareceram" quando os seus bens, como casas, pensões e poupanças perderam valor. Outra consequência da crise é o seu efeito sobre os preços de alimentos e outros produtos básicos, sectores para onde os especuladores estão desviando o seu capital. O resultado é a inflação dos seus preços e a pobreza a aumentar ainda mais.
Em alguns casos notórios de fraude, como a de Madoff, o autor está preso e a acusação contra ele mantém-se porque as suas vítimas têm poder económico. Mas, em geral, os que provocaram a crise não só tiveram um lucro fabuloso, como não temem a punição. Ninguém investiga as suas responsabilidades nem as suas decisões. Os governos protegem-nos e o aparelho judiciário não os persegue.
O EXEMPLO DA ISLÂNDIA
Se tivéssemos noções claras do que é um crime económico e se houvesse mecanismos para os investigar e processar poderiam ter sido evitados muitos dos problemas actuais. Não é utopia. A Islândia oferece um exemplo interessante. Em vez de socorrer os banqueiros que arruinaram o país em 2008, os promotores abriram um inquérito criminal contra os responsáveis. Em 2009, todo o governo teve que se demitir e o pagamento da dívida da banca foi bloqueado. A Islândia não socializou os prejuízos como estão fazendo muitos países, incluindo Espanha, mas aceitou que os responsáveis fossem punidos e os seus bancos falissem.
Da mesma forma como foram criadas instituições e procedimentos para julgar os crimes políticos contra a humanidade, é hora de fazer o mesmo com os económicos. Este é um bom momento, dada a sua existência difícil de refutar. É urgente que a noção de "crime económico" seja incorporada ao discurso da cidadania e se compreenda a sua importância para a construção da democracia política e económica. Pelo menos vamos ver a necessidade de regular os mercados, para que, como diz Polanyi, estejam ao serviço da sociedade, e não vice-versa.
29/Março/2011
[*] Professora de Economia na Universidade Cornell.
[**] Professora de História Económica na Universidade Autónoma de Barcelona.
O original encontra-se em www.elpais.com/... . Tradução de Guilherme Coelho
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/crise/crimes_economicos_p.html .
08/Abr/11
por Lourdes Beneria [*] e
Carmen Sarasua [**]
De acordo com o Tribunal Penal Internacional, crime contra a humanidade é "qualquer acto que cause grave sofrimento ou atente contra a saúde mental ou física de quem o sofre, cometido como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra uma população civil". Desde a Segunda Guerra Mundial que nos familiarizamos com este conceito e com a ideia de que, não importa qual foi a sua dimensão, é possível e obrigatório investigar esses crimes e fazer pagar os culpados.
Situações como as que geraram a crise económica levaram a que se comece a falar de crimes económicos contra a humanidade. O conceito não é novo. Já em 1950 o economista neoclássico e prémio Nobel Gary Becker apresentou a "teoria do crime" ao nível microeconómico. A probabilidade de que um indivíduo cometa um crime depende, para Becker, do risco assumido, do espólio potencial e da possível punição. A nível macroeconómico, o conceito foi usado em discussões sobre as políticas de ajuste estrutural promovidas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, durante os anos oitenta e noventa, que tiveram gravíssimos custos sociais para as populações na África, América Latina, Ásia (durante a crise asiática de 1997-98) e Europa de Leste. Muitos analistas apontaram estes organismos, as políticas que patrocinaram e os economistas que as conceberam como responsáveis, especialmente o FMI, que foi muito criticado após a crise asiática.
Hoje são os países ocidentais, os que sofrem os custos sociais da crise financeira e de emprego, e dos planos de austeridade que supostamente estão contra ela. A perda dos direitos fundamentais, tais como habitação, emprego e o sofrimento de milhões de famílias que vêem em perigo a sua sobrevivência, são exemplos dos custos assustadores desta crise. Famílias que vivem na pobreza estão crescendo sem parar. Mas quem são os responsáveis? Os mercados, lemos e ouvimos todos os dias.
Num artigo publicado na Business Week em 20 de Março de 2009 sob o título "Crimes económicos da Wall Street contra a humanidade ", Shoshana Zuboff, ex-professor da Harvard Business School, argumenta que o facto de os responsáveis pela crise negarem as consequências das suas acções demonstra "a banalidade do mal" e o "narcisismo institucionalizado" nas nossas sociedades. É uma demonstração da falta de responsabilidade e de "distanciamento emocional" dos que acumularam somas milionárias e agora negam qualquer ligação com o dano provocado. Culpar apenas o sistema não é aceitável, argumentava Zuboff, tal como não teria sido acusar dos crimes nazis apenas as ideias, e não quem os cometeu.
QUEM SÃO "OS MERCADOS"?
Culpar o mercado é realmente permanecer na superfície do problema. Há responsáveis e são pessoas e instituições concretas: são aqueles que defenderam a liberalização selvagem dos mercados financeiros; são os executivos e empresas que beneficiaram com os excessos do mercado durante o "boom" financeiro; os que permitiram as suas práticas e os que lhes permitem agora poderem ficar livres e fortalecidos, com mais dinheiro público, a troco de nada. Empresas como a Lehman Brothers e Goldman Sachs, que permitiram a proliferação de créditos lixo, auditoras que supostamente garantiam as contas das empresas, e gente como Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal norte-americana durante os governos Clinton e Bush, opositor radical da regulação dos mercados financeiros.
A Comissão do Congresso dos EUA sobre as origens da crise tem sido esclarecedora a tal respeito. Criada pelo presidente Obama em 2009 para investigar as acções ilegais ou criminosas da indústria financeira, entrevistou mais de 700 especialistas. O seu relatório, divulgado em Janeiro passado, concluiu que a crise poderia ter sido evitada. Assinala falhas no sistema de regulação e supervisão financeira do governo e das empresas, nas práticas contabilísticas e de auditoria e na transparência nos negócios. A Comissão investigou o papel directo de alguns gigantes da Wall Street no desastre financeiro, por exemplo, no mercado de subprimes, e o das agências responsáveis pela classificação de títulos. É importante compreender os diferentes graus de responsabilidade de cada actor deste drama, mas não é admissível o sentimento de impunidade sem "responsáveis".
Quanto às vítimas de crimes económicos, em Espanha 20% do desemprego desde há mais de dois anos significa um enorme custo humano e económico. Milhares de famílias sofrem as consequências de terem acreditado que os salários pagariam hipotecas milionárias: 90 mil execuções hipotecárias em 2009 e 180 mil em 2010. Nos EUA, a taxa de desemprego é metade da espanhola, mas corresponde a cerca de 26 milhões de desempregados, o que significa um tremendo aumento da pobreza num dos países mais ricos do mundo. De acordo com a Comissão sobre Crise Financeira, mais de quatro milhões de famílias perderam as suas casas, e 4,5 milhões estão em processo de despejo. Onze mil milhões de dólares de "riqueza familiar" "desapareceram" quando os seus bens, como casas, pensões e poupanças perderam valor. Outra consequência da crise é o seu efeito sobre os preços de alimentos e outros produtos básicos, sectores para onde os especuladores estão desviando o seu capital. O resultado é a inflação dos seus preços e a pobreza a aumentar ainda mais.
Em alguns casos notórios de fraude, como a de Madoff, o autor está preso e a acusação contra ele mantém-se porque as suas vítimas têm poder económico. Mas, em geral, os que provocaram a crise não só tiveram um lucro fabuloso, como não temem a punição. Ninguém investiga as suas responsabilidades nem as suas decisões. Os governos protegem-nos e o aparelho judiciário não os persegue.
O EXEMPLO DA ISLÂNDIA
Se tivéssemos noções claras do que é um crime económico e se houvesse mecanismos para os investigar e processar poderiam ter sido evitados muitos dos problemas actuais. Não é utopia. A Islândia oferece um exemplo interessante. Em vez de socorrer os banqueiros que arruinaram o país em 2008, os promotores abriram um inquérito criminal contra os responsáveis. Em 2009, todo o governo teve que se demitir e o pagamento da dívida da banca foi bloqueado. A Islândia não socializou os prejuízos como estão fazendo muitos países, incluindo Espanha, mas aceitou que os responsáveis fossem punidos e os seus bancos falissem.
Da mesma forma como foram criadas instituições e procedimentos para julgar os crimes políticos contra a humanidade, é hora de fazer o mesmo com os económicos. Este é um bom momento, dada a sua existência difícil de refutar. É urgente que a noção de "crime económico" seja incorporada ao discurso da cidadania e se compreenda a sua importância para a construção da democracia política e económica. Pelo menos vamos ver a necessidade de regular os mercados, para que, como diz Polanyi, estejam ao serviço da sociedade, e não vice-versa.
29/Março/2011
[*] Professora de Economia na Universidade Cornell.
[**] Professora de História Económica na Universidade Autónoma de Barcelona.
O original encontra-se em www.elpais.com/... . Tradução de Guilherme Coelho
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/crise/crimes_economicos_p.html .
08/Abr/11
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Privatize-se tudo
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148
Felizmente
Uma jovem que trabalha num callcenter acabou de me contar algo que está a acontecer muito por esse nosso país fora.
Velhotes com uma reforma de miséria, sozinhos em casa, que ligam para os Zones, para os Meos, queixando-se de que não podem pagar a conta de 300 ou 400 euros em chamadas. Ao consultar as chamadas, verifica-se que se trata de ligações com valor acrescido feitas para concursos de televisão, em que cada chamada custa 0,60 euros.
Vou repetir o que acabei de dizer com outras palavras para que todos entendam.
Temos idosos fechados em casa, com reformas de miséria, ignorantes das consequências dos seus actos, que sem o saberem, estão a encher o cú de grandes empresas que geram lucros astronómicos, que se salvaram de pagar impostos no fim do ano, que fazem isso sempre que podem, pagam salários de miséria a precários com educação muito superior à média nacional, os quais têm que saber várias línguas e trabalhar por turnos.
Vejamos...
Estes jovens precários poderiam propor aos velhotes o barramento das chamadas de valor acrescido. Mas não o fazem. Afinal, as suas chamadas são todas gravadas e apresentar essa solução além de incómodo para o próprio, também implicaria alguma burocracia.
Por um lado ensinamos jovens a ser insensíveis ao sofrimento dos seus avós.
Do outro lado temos idosos que passam fome para enriquecer accionistas e concelhos de administração com lucros assombrosos.
Felizmente temos liberdade de escolha.
Felizmente temos livre iniciativa.
Felizmente temos mercados livres para criar riqueza.
Velhotes com uma reforma de miséria, sozinhos em casa, que ligam para os Zones, para os Meos, queixando-se de que não podem pagar a conta de 300 ou 400 euros em chamadas. Ao consultar as chamadas, verifica-se que se trata de ligações com valor acrescido feitas para concursos de televisão, em que cada chamada custa 0,60 euros.
Vou repetir o que acabei de dizer com outras palavras para que todos entendam.
Temos idosos fechados em casa, com reformas de miséria, ignorantes das consequências dos seus actos, que sem o saberem, estão a encher o cú de grandes empresas que geram lucros astronómicos, que se salvaram de pagar impostos no fim do ano, que fazem isso sempre que podem, pagam salários de miséria a precários com educação muito superior à média nacional, os quais têm que saber várias línguas e trabalhar por turnos.
Vejamos...
Estes jovens precários poderiam propor aos velhotes o barramento das chamadas de valor acrescido. Mas não o fazem. Afinal, as suas chamadas são todas gravadas e apresentar essa solução além de incómodo para o próprio, também implicaria alguma burocracia.
Por um lado ensinamos jovens a ser insensíveis ao sofrimento dos seus avós.
Do outro lado temos idosos que passam fome para enriquecer accionistas e concelhos de administração com lucros assombrosos.
Felizmente temos liberdade de escolha.
Felizmente temos livre iniciativa.
Felizmente temos mercados livres para criar riqueza.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Relativizemos.
O FMI ou quem quer que seja, está a desembarcar.
Numa situação destas, nada melhor que ver situações piores.
Vou-vos contar algo sobre a Colômbia, país onde vivi 7 anos, e com o qual tenho laços familiares: a minha mulher é colombiana, um dos meus filhos nasceu lá, a outra apesar de ter nascido cá, sente-se mais colombiana. Trata-se de um belo país, com tudo para dar certo: petróleo, ouro, pedras preciosas, dois oceanos, muita selva tropical, civilizações milenares, todos os climas (deserto, selva tropical, neves perpétuas), de tal forma que qualquer estação do ano (como as conhecemos na Europa), estão a duas horas de caminho: ao subir os Andes, vai-se obtendo mais frio, descendo os Andes, vai-se obtendo mais calor. Além disso, ao estar no equador, semeia-se duas vezes ao ano, têm tanta variedade de fruta que nem quem é de lá sabe o sabor de todas elas...
Tem vários povos europeus (tanto descendentes de colonizadores, como emigrantes do século passado), descendentes de escravos negros, indígenas, grandes comunidades de asiáticos e claro, todas as mestiçagens possíveis entre estas raças.
No entanto, todos sabem que exporta droga.
As áreas cultivadas com papoilas necessitam de gente armada que as "defendam". Esta função pode ser cumprida por guerrilheiros, por auto-defesas (grupos armados privados que surgiram em oposição à guerrilha, criados por Álvaro Uribe, antes de que fosse eleito presidente), por delinquentes comuns, por militares de carreira, sendo que o prestador do serviço, dependendo do rumo da guerra, pode mudar.
Neste nosso mundo, só sabemos que exportam droga, não sabemos que o sangue da luta contra o narcotráfico é colombiano.
Ao ser eleito Álvaro Uribe (anterior presidente da república), em poucos meses desatou a uma luta sem tréguas com a guerrilha, provocando um êxodo massivo de populações inteiras para as grandes cidades, em especial indígenas.
À medida que foi "libertando" da guerrilha, numa lógica de "recuperação" económica, foi dando essas mesmas terras a grandes produtores, a maior parte multinacionais norte americanas, de produtos agrícolas para exportação.
Entretanto, ao acabar a guerrilha, diminuiu a violência, e os indígenas tentaram voltar para as suas terras, tendo encontrado os seus territórios ocupados pelas multinacionais. Mas o pior nem é isso. Além de não reconhecer o seu território (devido à industrialização entretanto efectuada), não conseguem demonstrar que aquilo lhes pertence. Apesar de terem nascido na Colômbia, não falam espanhol, não têm identificação civil, não têm registo das suas terras, não conseguem trabalho (afinal, ao não estarem registados como cidadãos, não podem descontar nem para segurança social estatal nem para nenhuma companhia privada).
Este problema dura há anos.
Portanto, meus caros, a nossa situação é péssima, mas sabemos o que temos que fazer, temos os meios, falta-nos talvez a confiança e a coordenação.
Mas está só nas nossas mãos.
Numa situação destas, nada melhor que ver situações piores.
Vou-vos contar algo sobre a Colômbia, país onde vivi 7 anos, e com o qual tenho laços familiares: a minha mulher é colombiana, um dos meus filhos nasceu lá, a outra apesar de ter nascido cá, sente-se mais colombiana. Trata-se de um belo país, com tudo para dar certo: petróleo, ouro, pedras preciosas, dois oceanos, muita selva tropical, civilizações milenares, todos os climas (deserto, selva tropical, neves perpétuas), de tal forma que qualquer estação do ano (como as conhecemos na Europa), estão a duas horas de caminho: ao subir os Andes, vai-se obtendo mais frio, descendo os Andes, vai-se obtendo mais calor. Além disso, ao estar no equador, semeia-se duas vezes ao ano, têm tanta variedade de fruta que nem quem é de lá sabe o sabor de todas elas...
Tem vários povos europeus (tanto descendentes de colonizadores, como emigrantes do século passado), descendentes de escravos negros, indígenas, grandes comunidades de asiáticos e claro, todas as mestiçagens possíveis entre estas raças.
No entanto, todos sabem que exporta droga.
As áreas cultivadas com papoilas necessitam de gente armada que as "defendam". Esta função pode ser cumprida por guerrilheiros, por auto-defesas (grupos armados privados que surgiram em oposição à guerrilha, criados por Álvaro Uribe, antes de que fosse eleito presidente), por delinquentes comuns, por militares de carreira, sendo que o prestador do serviço, dependendo do rumo da guerra, pode mudar.
Neste nosso mundo, só sabemos que exportam droga, não sabemos que o sangue da luta contra o narcotráfico é colombiano.
Ao ser eleito Álvaro Uribe (anterior presidente da república), em poucos meses desatou a uma luta sem tréguas com a guerrilha, provocando um êxodo massivo de populações inteiras para as grandes cidades, em especial indígenas.
À medida que foi "libertando" da guerrilha, numa lógica de "recuperação" económica, foi dando essas mesmas terras a grandes produtores, a maior parte multinacionais norte americanas, de produtos agrícolas para exportação.
Entretanto, ao acabar a guerrilha, diminuiu a violência, e os indígenas tentaram voltar para as suas terras, tendo encontrado os seus territórios ocupados pelas multinacionais. Mas o pior nem é isso. Além de não reconhecer o seu território (devido à industrialização entretanto efectuada), não conseguem demonstrar que aquilo lhes pertence. Apesar de terem nascido na Colômbia, não falam espanhol, não têm identificação civil, não têm registo das suas terras, não conseguem trabalho (afinal, ao não estarem registados como cidadãos, não podem descontar nem para segurança social estatal nem para nenhuma companhia privada).
Este problema dura há anos.
Portanto, meus caros, a nossa situação é péssima, mas sabemos o que temos que fazer, temos os meios, falta-nos talvez a confiança e a coordenação.
Mas está só nas nossas mãos.
Mercedes Sosa - Todo Cambia
Apropriado para o momento que vivemos.
O peso dos numeros II
De facto, se juntarmos os votos do MRPP a uma hipotética coligação BE+PCP+PEV+MRPP na eleições legislativas de 2009, ter-se iam não 39 deputados mas 42.
Na Madeira ganhava-se 1 ao CDS
http://icon.cat/util/elections/KzgSzYZQSu
Em Leiria ganhava-se 1 ao PS
http://icon.cat/util/elections/HFgSZyZQcP
Em Viana do Castelo ganhava-se um ao PSD
http://icon.cat/util/elections/zugSpSZQmT
Isto está interessante...
Na Madeira ganhava-se 1 ao CDS
http://icon.cat/util/elections/KzgSzYZQSu
Em Leiria ganhava-se 1 ao PS
http://icon.cat/util/elections/HFgSZyZQcP
Em Viana do Castelo ganhava-se um ao PSD
http://icon.cat/util/elections/zugSpSZQmT
Isto está interessante...
O Peso dos números
Segue transcrição de post de http://margensdeerro.blogspot.com/2011/04/alianca-pcppevbe.html
A resposta é 39, 8 deputados a mais em relação ao que realmente sucedeu em 2009. 4 seriam roubados ao PS (em Viana, Viseu, Setúbal e Beja ), 3 ao PSD (em Aveiro, Coimbra e Faro) e 1 ao CDS-PP (no Porto).
P.S.- Obrigado pelas correcções. Tenho estado a confiar numa macro que tem um problema que, neste caso, deu nisto. Vou corrigir.
P.P.S.- Mergulhando mais no assunto, parece que afinal estava tudo bem com a análise anterior: Porto 2009; Porto 2009 com votos de BE e PCP-PEV somados. Mas vejam lá.
Aliança PCP/PEV/BE?
Terça-feira, Abril 05, 2011
Nas eleições de 2009, BE e CDU conquistaram, respectivamente, 16 e 15 assentos parlamentares, num total de 31. Imaginem que, em 2009, BE e CDU tinham feito listas conjuntas e conquistavam, em cada círculo, a soma exacta dos votos obtidos pelas duas listas, sem alterações para os restantes partidos. Quantos deputados teria eleito essa lista conjunta?A resposta é 39, 8 deputados a mais em relação ao que realmente sucedeu em 2009. 4 seriam roubados ao PS (em Viana, Viseu, Setúbal e Beja ), 3 ao PSD (em Aveiro, Coimbra e Faro) e 1 ao CDS-PP (no Porto).
P.S.- Obrigado pelas correcções. Tenho estado a confiar numa macro que tem um problema que, neste caso, deu nisto. Vou corrigir.
P.P.S.- Mergulhando mais no assunto, parece que afinal estava tudo bem com a análise anterior: Porto 2009; Porto 2009 com votos de BE e PCP-PEV somados. Mas vejam lá.
terça-feira, 5 de abril de 2011
O fim dos tabus?
Parto sempre do principio que qualquer um (até os partidos), em determinadas situações, faz coisas que à partida não estariam nos seus planos...
Até agora, existia uma impossibilidade de parte da esquerda à esquerda do PS se entender com o PS e do PS se entender com a esquerda à sua esquerda. Ambos os lados têm afirmado que o outro não quer chegar a um entendimento. Provavelmente, nenhum queria.
A esquerda à esquerda do PS tem assumido que em caso de uma proposta de convergência, o PS recusa. E portanto não propõe nada ao PS.
Pelo seu lado, o PS, assumindo que a esquerda à sua esquerda nunca lhe fará tal proposta, justifica a necessidade dos sucessivos PECs. Afinal, tem mandato constitucional para governar e para tal, faz o que a direita lhe exige obtendo assim aprovação no Parlamento, conseguindo desta forma cumprir com a sua obrigação.
Até agora, os benefícios eleitorais deste impasse à esquerda tem sido do PS: afinal, está no governo.
Suponhamos que por alguma razão (qual, será outra questão), o PCP e o BE decidem agora chegar a uma plataforma de entendimento e até estabelecem um caderno de encargos exequível ao PS à laia de proposta de adesão.
Se até agora, é o PS que declara que o BE e o PCP não queriam dialogar, com tal movimento de parte do PCP e do BE, passaria a ser ao contrário.
Pelas razões expostas, este facto alteraria por si só toda a dinâmica interna do PS. Obrigaria o PS a definir-se em relação a uma alternativa de esquerda concreta e exequível. Penso que as consequências eleitorais seriam da maior magnitude.
Até agora, existia uma impossibilidade de parte da esquerda à esquerda do PS se entender com o PS e do PS se entender com a esquerda à sua esquerda. Ambos os lados têm afirmado que o outro não quer chegar a um entendimento. Provavelmente, nenhum queria.
A esquerda à esquerda do PS tem assumido que em caso de uma proposta de convergência, o PS recusa. E portanto não propõe nada ao PS.
Pelo seu lado, o PS, assumindo que a esquerda à sua esquerda nunca lhe fará tal proposta, justifica a necessidade dos sucessivos PECs. Afinal, tem mandato constitucional para governar e para tal, faz o que a direita lhe exige obtendo assim aprovação no Parlamento, conseguindo desta forma cumprir com a sua obrigação.
Até agora, os benefícios eleitorais deste impasse à esquerda tem sido do PS: afinal, está no governo.
Suponhamos que por alguma razão (qual, será outra questão), o PCP e o BE decidem agora chegar a uma plataforma de entendimento e até estabelecem um caderno de encargos exequível ao PS à laia de proposta de adesão.
Se até agora, é o PS que declara que o BE e o PCP não queriam dialogar, com tal movimento de parte do PCP e do BE, passaria a ser ao contrário.
Pelas razões expostas, este facto alteraria por si só toda a dinâmica interna do PS. Obrigaria o PS a definir-se em relação a uma alternativa de esquerda concreta e exequível. Penso que as consequências eleitorais seriam da maior magnitude.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Talvez cada um de nós se esteja a restringir demasiado
Grandes manifestações realizadas usando as redes virtuais em Portugal, Inglaterra, Espanha...
É uma evidência que os nossos problemas não se resolvem em cada um dos nossos países.
Por alguma razão, os não existe consenso europeu para a resolução da situação em que nos encontramos.
Porque razão não se usam as redes virtuais para fazer uma manifestação a nível europeu, ou pelo menos a nível dos PIGS?
É uma evidência que os nossos problemas não se resolvem em cada um dos nossos países.
Por alguma razão, os não existe consenso europeu para a resolução da situação em que nos encontramos.
Porque razão não se usam as redes virtuais para fazer uma manifestação a nível europeu, ou pelo menos a nível dos PIGS?
Estou um pouco farto
Para dizer a verdade, estou um pouco farto de determinismos.
Primeiro foram alguns comunistas, que há 100 anos (e ao contrário de Marx) acreditaram (alguns ainda acreditarão) que o destino não depende das pessoas e que está determinado à partida, que é cientifico, que o comunismo ou socialismo, ou o homem novo, chegaria como uma inevitabilidade histórica. Tiveram o seu tempo, enquanto houve muita gente a acreditar nesse dogma, as coisas foram acontecendo e de facto assim pareceu. Até que o modelo estoirou.
Agora, a mesma coisa, muita gente acredita que é inevitável, que o destino do homem depende da vontade dos mercados, que estes se regem por leis do domínio da ciência, que está determinado que a imensa maioria da população está destinada à miséria enquanto uma ínfima parte tem direito a viver num universo à parte.
Agora, por um lado, pretende-se que as desigualdades entre sociedades diminuam, desde que estas se integrem segundo as "leis do mercado", enquanto se aceita que as desigualdades intra-societais aumentem.
Agora, aceita-se como natural que o mundo tenda a umas ilhas de extremo bem estar num imenso mar de miséria.
Se virmos bem, na idade média europeia, não existia propriedade privada, porque isso era considerado uma heresia, já que tudo a Deus pertencia. Entretanto, Deus morreu, ou dizendo melhor, tornou-se o protector dos muito ricos, enquanto aos restantes, para conseguir sobreviver, não lhes resta mais senão seguir alguma liturgia.
De uma perspectiva histórica, também aquilo que agora se acredita não passará de uma moda. Como seremos vistos? Num tempo em que temos tudo o que necessitamos para a vida de todos, continuamos a ser animais irracionais, que caminhamos em conjunto para a auto-destruição.
Primeiro foram alguns comunistas, que há 100 anos (e ao contrário de Marx) acreditaram (alguns ainda acreditarão) que o destino não depende das pessoas e que está determinado à partida, que é cientifico, que o comunismo ou socialismo, ou o homem novo, chegaria como uma inevitabilidade histórica. Tiveram o seu tempo, enquanto houve muita gente a acreditar nesse dogma, as coisas foram acontecendo e de facto assim pareceu. Até que o modelo estoirou.
Agora, a mesma coisa, muita gente acredita que é inevitável, que o destino do homem depende da vontade dos mercados, que estes se regem por leis do domínio da ciência, que está determinado que a imensa maioria da população está destinada à miséria enquanto uma ínfima parte tem direito a viver num universo à parte.
Agora, por um lado, pretende-se que as desigualdades entre sociedades diminuam, desde que estas se integrem segundo as "leis do mercado", enquanto se aceita que as desigualdades intra-societais aumentem.
Agora, aceita-se como natural que o mundo tenda a umas ilhas de extremo bem estar num imenso mar de miséria.
Se virmos bem, na idade média europeia, não existia propriedade privada, porque isso era considerado uma heresia, já que tudo a Deus pertencia. Entretanto, Deus morreu, ou dizendo melhor, tornou-se o protector dos muito ricos, enquanto aos restantes, para conseguir sobreviver, não lhes resta mais senão seguir alguma liturgia.
De uma perspectiva histórica, também aquilo que agora se acredita não passará de uma moda. Como seremos vistos? Num tempo em que temos tudo o que necessitamos para a vida de todos, continuamos a ser animais irracionais, que caminhamos em conjunto para a auto-destruição.
domingo, 3 de abril de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Outro partido: MCT - MOVIMENTO DE CIDADANIA TOTAL
http://26-abril.blogspot.com/
http://www.facebook.com/?ref=home#!/MOVIMENTO.CIDADANIA.TOTAL
Há um senhor de sangue azul, que foi do PRD, que desenhou um sistema alternativo de governo.
É muito activo na Geração à Rasca.
Independentemente do resto, pensando estritamente, o sistema proposto não está mal.
Está definido um método, uma regra para se desenvolver e crescer.
Não define qualquer política (penso que será o que o povo quiser).
Entende que em Abril de 2009, constituíam 77% dos portugueses (suportando-se numa sondagem da Eurosondagem).
Considera-se que se irá concorrer às eleições autárquicas.
Está a fazer furor: tem 39 fervorosos apoiantes (desde Setembro de 2008)
http://www.facebook.com/?ref=home#!/MOVIMENTO.CIDADANIA.TOTAL
Há um senhor de sangue azul, que foi do PRD, que desenhou um sistema alternativo de governo.
É muito activo na Geração à Rasca.
Independentemente do resto, pensando estritamente, o sistema proposto não está mal.
Está definido um método, uma regra para se desenvolver e crescer.
Não define qualquer política (penso que será o que o povo quiser).
Entende que em Abril de 2009, constituíam 77% dos portugueses (suportando-se numa sondagem da Eurosondagem).
Considera-se que se irá concorrer às eleições autárquicas.
Está a fazer furor: tem 39 fervorosos apoiantes (desde Setembro de 2008)
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