Uma jovem que trabalha num callcenter acabou de me contar algo que está a acontecer muito por esse nosso país fora.
Velhotes com uma reforma de miséria, sozinhos em casa, que ligam para os Zones, para os Meos, queixando-se de que não podem pagar a conta de 300 ou 400 euros em chamadas. Ao consultar as chamadas, verifica-se que se trata de ligações com valor acrescido feitas para concursos de televisão, em que cada chamada custa 0,60 euros.
Vou repetir o que acabei de dizer com outras palavras para que todos entendam.
Temos idosos fechados em casa, com reformas de miséria, ignorantes das consequências dos seus actos, que sem o saberem, estão a encher o cú de grandes empresas que geram lucros astronómicos, que se salvaram de pagar impostos no fim do ano, que fazem isso sempre que podem, pagam salários de miséria a precários com educação muito superior à média nacional, os quais têm que saber várias línguas e trabalhar por turnos.
Vejamos...
Estes jovens precários poderiam propor aos velhotes o barramento das chamadas de valor acrescido. Mas não o fazem. Afinal, as suas chamadas são todas gravadas e apresentar essa solução além de incómodo para o próprio, também implicaria alguma burocracia.
Por um lado ensinamos jovens a ser insensíveis ao sofrimento dos seus avós.
Do outro lado temos idosos que passam fome para enriquecer accionistas e concelhos de administração com lucros assombrosos.
Felizmente temos liberdade de escolha.
Felizmente temos livre iniciativa.
Felizmente temos mercados livres para criar riqueza.
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